o motor de velocidade contínua
continua na batida do tambor
em direção à parede de concreto
tentando chegar em seu ponto mais discreto,
enturvando a vista cansada
e chorando ao som da risada
enquanto isso, do outro lado da cidade,
abelhas produtoras de mel
continuam com o zumbido do cordel
e do outro lado do seu grito assassino
no meio da escuridão, só há o olho felino
o verso é fraco, a palavra é incompleta
abutres carniceiros estão a caminho
pra devorar a rima que é a sua dileta
na falta de uma boa composição
não há que se pensar em qualquer inspiração
só a batida do martelo continua no compasso
expondo, gritando, sorrindo pro seu erro crásso
se vir buda na rua, mate-o;
mas se me ver na rua, entre na dança,
ouça a batida do seu coração
e não pese sua cabeça na balança
o vazio é o segredo, o nada é a perfeição,
no meio de tanto barulho não confie na audição,
vá ouvir o som do repique, dançar ao som do samba
acordar às 5 da manhã é o sinal da corda-bamba
quinta-feira, 22 de março de 2012
quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012
senhor blecaute, dona nocaute
ouço uma mosca voando no meu ouvido
enquanto estou dormindo
e com o suor grudando as minhas costas no colchão
tento lhe acertar um belo tapa na fuça
daí eu volto a dormir,
sempre de olho no despertador,
e então tenho algum sonho bizarro
e lá pelas quatro da manhã
meu gato começa a miar na janela para entrar
acordar não é o mais difícil,
mas o primeiro pensamento forçado da manhã,
esse sim, derruba qualquer chance de levantar,
tomar um café e sair,
como eu tinha planejado ontem.
então, pra não acordar com o pé esquerdo,
tento por os dois ao mesmo tempo no chão,
levanto, lembro de alguma música
e então os próximos passos:
acender a luz, me vestir, dar meia volta e deitar.
gostaria de te perguntar mais uma vez,
o que nos faz ser tão solitários às cinco da manhã,
quando o despertador martela no seu ouvido,
nesse espaço de tempo tão curto?
deixa pra lá, já estou atrasado.
enquanto estou dormindo
e com o suor grudando as minhas costas no colchão
tento lhe acertar um belo tapa na fuça
daí eu volto a dormir,
sempre de olho no despertador,
e então tenho algum sonho bizarro
e lá pelas quatro da manhã
meu gato começa a miar na janela para entrar
acordar não é o mais difícil,
mas o primeiro pensamento forçado da manhã,
esse sim, derruba qualquer chance de levantar,
tomar um café e sair,
como eu tinha planejado ontem.
então, pra não acordar com o pé esquerdo,
tento por os dois ao mesmo tempo no chão,
levanto, lembro de alguma música
e então os próximos passos:
acender a luz, me vestir, dar meia volta e deitar.
gostaria de te perguntar mais uma vez,
o que nos faz ser tão solitários às cinco da manhã,
quando o despertador martela no seu ouvido,
nesse espaço de tempo tão curto?
deixa pra lá, já estou atrasado.
sábado, 7 de janeiro de 2012
particulas subatômicas de consistência duvidosa cruzando o oceano em velocidade negativa
de cristais polidos e de ferros franzidos
chega no ouvido desatento todo tipo de suspiro,
cada empecilho desprovido de velocidade cósmica
que se atraca no caminho do transeunte desavisado
de pedras preciosas e de falhas maravilhosas,
na terra dos sangue-de-barata e no planeta xyz
dicotomicamente um único objetivo com vários sentidos
e entende-se do jeito que quiser, de vez em quando
um olho de vidro no lugar da curva sinistra
dos anéis de Saturno e da quintessência,
um jato de quartetos de cordas devoradores de sangue
da tropa dos trompetes furiosos no quadrante ao quadrado,
do som violento que contorna as taças de cristais
e acerta em cheio o seu ponto cego
viajante, vadiante e verde-jade
todos estão na filada sopa
tragam as colheres e as vasilhas
de aço e de ferrugem ou de madeira e fuligem
o prato principal é de fino palato
chegue mais e faça o seu prato
de todos os despedaços das animações
de todos os descantos da terra
os trilhos elétricos da válvula mestre
desembocam imediatamente nas tumbas voadoras
e nos jatos atômicos de fissão nuclear
(coda)
de pétalas de neve e de halos lunares,
só os conhecem quem os criou e não os provou,
de lapidários e de mundos de fantasia,
uma triste equação invertebrada
de polos e de apolos
não chore mais, logo já irá acabar
pra esse assunto não existem mais substantivos
tudo aqui só se passará no verbo infinito.
chega no ouvido desatento todo tipo de suspiro,
cada empecilho desprovido de velocidade cósmica
que se atraca no caminho do transeunte desavisado
de pedras preciosas e de falhas maravilhosas,
na terra dos sangue-de-barata e no planeta xyz
dicotomicamente um único objetivo com vários sentidos
e entende-se do jeito que quiser, de vez em quando
um olho de vidro no lugar da curva sinistra
dos anéis de Saturno e da quintessência,
um jato de quartetos de cordas devoradores de sangue
da tropa dos trompetes furiosos no quadrante ao quadrado,
do som violento que contorna as taças de cristais
e acerta em cheio o seu ponto cego
viajante, vadiante e verde-jade
todos estão na filada sopa
tragam as colheres e as vasilhas
de aço e de ferrugem ou de madeira e fuligem
o prato principal é de fino palato
chegue mais e faça o seu prato
de todos os despedaços das animações
de todos os descantos da terra
os trilhos elétricos da válvula mestre
desembocam imediatamente nas tumbas voadoras
e nos jatos atômicos de fissão nuclear
(coda)
de pétalas de neve e de halos lunares,
só os conhecem quem os criou e não os provou,
de lapidários e de mundos de fantasia,
uma triste equação invertebrada
de polos e de apolos
não chore mais, logo já irá acabar
pra esse assunto não existem mais substantivos
tudo aqui só se passará no verbo infinito.
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