o motor de velocidade contínua
continua na batida do tambor
em direção à parede de concreto
tentando chegar em seu ponto mais discreto,
enturvando a vista cansada
e chorando ao som da risada
enquanto isso, do outro lado da cidade,
abelhas produtoras de mel
continuam com o zumbido do cordel
e do outro lado do seu grito assassino
no meio da escuridão, só há o olho felino
o verso é fraco, a palavra é incompleta
abutres carniceiros estão a caminho
pra devorar a rima que é a sua dileta
na falta de uma boa composição
não há que se pensar em qualquer inspiração
só a batida do martelo continua no compasso
expondo, gritando, sorrindo pro seu erro crásso
se vir buda na rua, mate-o;
mas se me ver na rua, entre na dança,
ouça a batida do seu coração
e não pese sua cabeça na balança
o vazio é o segredo, o nada é a perfeição,
no meio de tanto barulho não confie na audição,
vá ouvir o som do repique, dançar ao som do samba
acordar às 5 da manhã é o sinal da corda-bamba
quinta-feira, 22 de março de 2012
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